
A LEITURA ATRAVÉS DE NOVAS TECNOLOGIAS
Não há como iniciar um texto com tal título sem “beber” na fonte de dois “Educadores Maiores”: Paulo Freire e Rubem Alves.
“A leitura do mundo precede a leitura da palavra… […] O ato de ler se veio dando na sua experiência existencial. Primeiro ‘a leitura’ do mundo do pequeno mundo em que via; depois a leitura da palavra, que nem sempre, ao longo da sua escolarização, foi a leitura da ‘PALAVRAMUNDO’.” (Paulo Freire)
“A leitura e a escrita começam quando a criança fica fascinada com as coisas maravilhosas que moram dentro do livro. […] É a história. […] Acho que as escolas só terão realizado a sua missão se forem capazes de desenvolver nos alunos o prazer da leitura. O prazer da leitura é o pressuposto de tudo o mais. Quem gosta de ler tem nas mãos as chaves do mundo.” (Rubem Alves)
Diante dessas afirmações surgem caminhos e ideias que se atropelam e se acumulam: “O que comentar?”; “Qual o ponto mais importante, significativo, essencial?”
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A primeira: “O mundo é o mesmo?” Acredito que a resposta seja positiva. A forma de interpretá-lo e de representá-lo é que sofreu muitas mudanças. Desse modo, também, o sujeito que escreve, vê e vive esse mundo também é mutável, sofre evoluções e até revoluções sejam íntimas ou comportamentais.
A segunda: “Há espaço para novos conhecimentos, novas aventuras, novos conceitos dentro de nossa sociedade?” Alguém duvida da capacidade humana de evoluir? Não haveria Mundo se o homem não fosse “inquieto”.
Estamos no início da segunda década do século XXI. A tecnologia deixou de ser distante para ser cotidiana. É instrumento educacional, institucional, base da Economia, prática política. Redes Sociais tornaram-se o próprio cotidiano.
A “leitura do mundo” continua a ser anterior à leitura da palavra. Ainda é a base do conhecimento, da aquisição e da transmissão dele.
O que acontece é que a distância entre o fato e a informação é tão dinâmica e rápida que a leitura – via tecnologia – surge como instantânea, imagética e que, paradoxalmente, parece prescindir da “palavra” oral ou escrita.
“Acho que as escolas só terão realizado a sua missão se forem capazes de desenvolver nos alunos o prazer da leitura.” A afirmação de Rubem Alves incomoda. Por quê? Mexe com o papel da Escola e, por consequência, do Professor. Como convencer um adolescente a sentir prazer diante da leitura? Tudo vem tão rápido pelo celular, pelos Ipods que o “livro de papel” parece ter seus dias contados. Há aplicativos que trazem os livros para dentro dos celulares e dos tablets.
Só com a cumplicidade entre Professores e Educandos poderá haver a mínima possibilidade de se conseguir prazer com a leitura. Os dois sujeitos precisam entender a tecnologia como instrumento de modificação de posturas. O Professor tem que se adequar às novidades, enquanto os Alunos – que já nascem “programados neurolinguisticamente” para as novas mídias – precisam entender que a Tecnologia vai muito além das Redes Sociais, WhatsApp, Instagram ou Facebook. Tudo isso tem que ser entendido como canal de aprimoramento de uma Cultura única e, ao mesmo tempo globalizada.